sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Espaço Literário - Resenha

Oratória para Advogados e Estudantes de Direito – Reinaldo Polito




O livro é de linguagem bem acessível e agradável, contém ilustrações que complementam o texto e é dividido em duas partes. A primeira parte (que tem duração de cinco capítulos) refere-se à oratória do advogado, e a segunda parte (que tem oito capítulos) aborda diversas técnicas de apresentação, macetes para não se embaralhar durante discursos, como aprender a lidar com o medo de falar público, gesticulação e etc. Ao final de cada parte o livro contém alguns exercícios de fixação, que são bem interessantes, e servem para uma auto-avaliação do autor. 

Chamando atenção para a importância e a graça de ter uma boa oratória o livro se destaca entre demasiados livros desta mesma categoria, por passar a mensagem do livro como se fosse um manual, algo para se consultar, ou ler e reler diversas vezes. 

O primeiro capítulo é referente a como conquistar credibilidade em seu discurso, mostrando a importância de ter precisão nos fatos e argumentos estatísticos que servem fundamentalmente para enriquecer o debate de qualquer estudante/advogado. É necessário ser rígido, no entanto ter naturalidade ao tentar explanar uma idéia ou convencer alguém de qualquer determinado assunto. 

O livro se preocupa com todos os aspectos da comunicação, tendo inclusive uma parte redirecionada a voz, controle da respiração, sotaques e pronúncias, a importância de um vocabulário amplo e a expressão corporal. Para fechar essa parte, existe ainda uma parte com atitudes de não fazer, bem como: regras de etiqueta, gesticulação, atitudes desaconselháveis e etc. Fechando a primeira parte tratando da aparência e a sua importância, agregada a outros fatores. 

A segunda parte do livro começa com algumas dicas sobre planejamento e organização de ideias, seja em apresentações, seminários ou até mesmo em eventos informais. É necessário ter um roteiro, para não perder o foco do assunto. Ensinando técnicas para conquistar a platéia e ter presença notória seja no tribunal, sala de aula, ou palestra. Na sequência temos também algumas técnicas quanto à arte do improviso e maneiras de levar consigo frases e tópicos que podem funcionar como conectivos para que seja possível engrenar uma idéia na outra sem perder a linha de raciocínio. 

Com o término do livro, honestamente senti que tinha enriquecido em escala considerável não apenas o meu vocabulário, mas todo o mundo repertório de comunicação, a leitura é imprescindível para todos os advogados e futuros advogados; na verdade, arrisco-me a dizer que leitura é de grande teor instrutivo para qualquer ser humano político, que vê no decorrer cotidiano a necessidade de se expressar bem, firmando seu próprio cartão de visitas.

Papo Sério: O mito do mal governo.




Como todos vocês devem saber eu estou no segundo semestre do curso de Direito, e muito tenho refletido sobre principalmente questões políticas, muito mais até do que antes. Quem me acompanha nas redes sociais sabe que ontem eu tive minha primeira audiência, na qual tive a oportunidade de acompanhar um julgamento e ainda de quebra receber uma cópia do processo. Mas em meio a todo o enredo do crime e sua resolução, o que realmente me chamou a atenção foi o descaso da ré para com o defensor público. A ré em questão era descrita nos autos como analfabeta, e visivelmente percebia-se que ela vivia em uma condição miserável. Durante as acusações da promotoria, enquanto todos os olhares dos outros estudantes estavam focados fixamente a magnitude da estratégia e da presença da promotora (vale a pena dizer que ela foi incrível em sua tese, tanto no desenrolar quanto em seus pedidos e conclusão) eu me reportei a olhar para a ré, percebi que notoriamente ela não tinha o mínimo entendimento do que se passava a li, duvido até que tenha compreendido sua sentença até que seu defensor público a explicasse o resultando (momento em que ela caiu em lágrimas). Mas o que me traz a esta postagem hoje, não é para falar da extrema miséria que sombreava a figura da ré, ou da riqueza com que a promotora fazia sua tese de defesa, mas sim para falar do antagonista de toda essa história; o defensor público. Tratava-se de um rapaz novo, que mesmo ciente das chances de derrota, entrou em cena com grande entusiasmo e demonstrou criatividade e muito jogo de cintura ao arranjar maneiras de justificar a postura da acusada. Isso me fez refletir sobre como é ingrata a defensoria pública, aliás como a população se demonstra ingrata para com os benefícios oferecidos pelo governo. São órgãos de prestações de serviços que diariamente facilitam e dão suporte para milhares de brasileiros, sem nenhum reconhecimento. Deveriam mudar o nome de servidor público para funcionário invisível público. A questão é que o povo se mantém tão acostumado a criticar e cobrar ações do governo que de repente, tudo (e quando digo tudo, é absolutamente tudo mesmo) que acontece de errado, se torna culpa do governo e por efeito dominó, em cima destes trabalhadores que todos os dias fazem com que nosso cotidiano aconteça da melhor forma possível. Seja a rua que está suja, a educação que está "ruim", os políticos que "roubam", ou os advogados que "só enriquecem a nossas custas". Não é eximido que todas estas colocações devem ter algum fundamento, e uma porcentagem de verdade, no entanto, está na hora de parar de apontar com os dedos os defeitos de uma sociedade como culpa de apenas um. O governo não é uma ameba que engloba todo o nosso país e monopoliza toda e qualquer decisão fazendo com que cada pedra fora do lugar, esteja assim por sua vontade. O governo é um organismo vivo do qual todos participamos, seja limpando as ruas, prestando assistência gratuita a pessoas desfavorecidas, em Brasília, ou apenas sendo um cidadão comum. Nós influenciamos em proporções assombrosas em todas as atitudes e medidas aplicadas em nosso país. Somos nós, que cobramos educação, e nos recusamos a ler um livro, ou participar de uma reunião de associação de bairro. Somos nós que criticamos o trabalho do Poder Judiciário, mas nos reportamos aos defensores públicos quando necessitamos deles  e não temos condições de bancar. Então vamos ser a mudança que queremos ver no mundo, como já dizia Ghandi; chega de falar e agir como todos. Vamos ler mais, participar e se tornar um mecanismo fundamental na engrenagem da nossa sociedade. É assim que as mudanças começam, e é assim que se obtém progresso. Por que aí, no momento em que algo estiver indo de afronta ao que consideramos correto não vamos especular, vamos saber tanto quanto criticar, remediar. O governo somos todos nós, se você não gosta do que vê, pense que você mesmo pode estar dando sua contribuição para este declínio.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Espaço Literário: Analogia e retroatividade no Direito Penal




Dentro do Direito Penal a lei deve sempre ser clara a respeito do que se deseja punir. Mas o que acontece quando a lei deixa uma lacuna? Tendo em vista que o aplicador do direito não pode deixar sem resposta as questões expostas a sua apreciação, não havendo uma norma jurídica que se encaixe de forma especifica ao caso concreto, o juiz deve utilizar-se de meios que lhe couber como mais adequado para que haja aplicação das normas. 
O direito deixa muito espaço para interpretações, no entanto nenhum espaço para dúvidas. Doravante a isso, foram criados os princípios da analogia e retroatividade. Para que em casos extremos em que não houver solução eminente descrita em lei para o ocorrido, o juiz goze destes recursos fornecidos pela ciência jurídica para sentenciar os fatos. 
Essa necessidade de adequação absoluta entre a lei e o fato é o que muitos juristas chamam de princípio da mão e da luva, sendo a mão o fato concreto e a luva a lei que deve adequar-se ao ocorrido. 
Primeiramente, no quesito “analogia” tem-se a explanação da ideia de que os fatos de igual natureza devem possuir igual regulamento.  Mas além deste conceito básico são necessários alguns requisitos para a aplicação da analogia; o caso deve ser absolutamente não previsto em lei; deve-se existir elementos semelhantes entre o caso previsto e aquele não previsto, e este elemento deve ser essencial e não um elemento qualquer; a analogia só pode ser aceita no Direito Penal, quando in bonam parten, ou seja, em benefício do réu.
Quanto à retroatividade, a lei não retroage para prejudicar um individuo, jamais, e este é seu princípio básico. Se uma pessoa comete um crime hoje e a pena para tal feito é de 20 anos, o individuo será sentenciado ao cumprimento desta sanção; independentemente de um dia depois ser aprovado para o mesmo delito uma pena de 40 anos. 
Em suma, o direito penal aborda os mais extremos e diversificados casos, sendo impossível, mesmo com toda sua máxima grandeza abranger todas as ações comportamentais do ser humano. Diante disto, são necessárias as criações de saídas alternativas bem como a analogia e retroatividade, para que a lei não se faça irredutível em casos em que outros quesitos devem ser levados em consideração ou injusta a ponto de prejudicar o réu e tampouco agravar suas penalidades já estabelecidas. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Entre Aspas



"Um homem pode morrer, uma nação se erguer ou cair, mas uma ideia sempre vive "


John F. Kennedy

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Crônica: Escrever por escrever



Eu queria muito te contar o quanto a minha vida mudou, mas queria te contar do meu ponto de vista, sem julgamentos e sem opiniões, queria apenas que você pudesse ouvir, no mais doce e pacifico silencio de que eu preciso agora (já que isso tem sido difícil com tantas tarefas que você tem cumprindo ultimamente). 
Sabe, todas as manhãs eu faço o mesmo caminho, quando o sol ainda está nascendo e reflete direto nos olhos. Os carros fazem muito barulho, deve ser a pressa e a rotina, mas em  meio a tudo isso eu apenas caminho. Caminhando eu me sinto melhor, hoje eu sinto que subi uns dois degraus na piramide da vida, enxergo tudo com superioridade, como se finalmente eu pudesse ser o que eu quero ser, e nada mais. É estranho imaginar que você foi o fato propulsor para todas as mudanças e que hoje estas mesmas mudanças me afastaram de você, ao ponto de eu nem te reconhecer mais. É solitário pensar que eu tenho tanta coisa para contar e ninguém para ouvir. Todos os dias me acontece algo novo, e no fim de cada dia eu só consigo pensar em como eu queria poder te falar tudo isso. 
A faculdade é tão incrível, é tanta informação! Eu nem acredito que já está acabando o meu primeiro ano na faculdade, é como se os dias passassem como as páginas dos livros que eu folho bem rapidinho, na tentativa de gravar toda a matéria minutos antes das provas. As vezes eu me sinto sem folego, em meio a tantas novidades, tantas informações, as vezes é como se essa vida de adulto fosse uma onda, que me pega desprevenida e quebra bem em cima de mim, me empurrando para baixo, com muito mais força do que eu posso aguentar
É bom se sentir desafiada, competir espaço com tanta gente mais velha do que eu, e mesmo assim conseguir mostrar aos poucos o meu diferencial. O medo é claro, muitas vezes se faz presente, porque no fundo eu sei, que basta um grande erro para nos arrastar de novo para a largada; o ruim de viver em um competição, é saber que quando se trata da vida, o jogo só acaba quando a morte chega.Mas eu tento não pensar nisso.
Na maior parte do tempo se você quer saber, eu estou sozinha, e isso é bem solitário (salvo o pleonasmo). É sempre bom, ter um tempo para os pensamentos, para ficar sonhando, ou tentando organizar mentalmente seus próximos passos. No entanto quando a solidão se resume em dormir sozinha, acordar sozinha, e continuar respectivamente assim em todas as refeições e momentos de lazer do dia, aí o bicho pega. E é por isso que eu estou dizendo tudo isso agora. Queria que você entendesse o como eu estou completa e vazia ao mesmo tempo, sem ao menos saber distinguir o que me falta. 
Com o passar dos anos, dia após dia, tudo vai ficando cada vez mais estranho e complicado pra mim, eu vejo muitas pessoas, mas enxergo pouquíssimas, vejo seus esteriótipos, vejo a imagem que elas querem passar, escuto suas falas, mas não escuto nenhuma voz. Eu queria poder saber como elas ficaram assim, quando foi que o que os outros falam se tornou mais importante do que a fala delas próprias. Tudo ficou muito previsível sabe? É só ter alguém interessante no centro da conversa, que todos os ecos ao redor serão repletos de "Sim", e "Você tem razão". Eu espero honestamente que eu nunca fique assim, e nem você.
Eu acho que você deveria me ouvir mais, levando eu conta que eu estou para você, assim como você está para mim. Tente se lembrar da garota que queria mudar o mundo com as palavras, ao invés desta que quer ganhar o mundo com elas. Eu espero que agora, que eu te dei uma prévia desse meu momento, você perceba o quanto cada ação sua imputará na minha vida, e em cada um dos meus passos. Agora por favor acorde, este sonho já durou demais e nós temos que trabalhar, você tem mais um dia para vencer; E por favor, coloque aquela saia plissada nova, que cai tão bem em nós! Te espero de noite... Assinado: seu espelho lírico. 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Desneurando: Sucessos e Fracassos



MAIS DIFÍCIL DO QUE DRIBLAR O FRACASSO E ALCANÇAR O SUCESSO, É SABER ADMINISTRA-LO! 

Todos nós temos diariamente 24 horas disponíveis para realizar todas as nossas tarefas. O problema é que destas 24, "desperdiçamos" muitas delas com as chamadas distrações. Como por exemplo: Você já se perguntou quantas vezes ao dia, você checa sua rede social? Em quantos momentos do dia você se desliga de sua tarefa ou trabalho para assistir televisão, conversar, ou até mesmo o tempo que você desperdiça reclamando da vida? Se você parar para analisar essas situações, ficará abismado com a quantidade de tempo que desperdiçamos com atividades desnecessárias, e como poderíamos ticar bem mais depressa todos os itens da nossa lista de afazeres se não tivéssemos estas distrações corriqueiras. Isso acontece devido ao fato do ser humano precisar de pequenas doses de entretenimento para poder aguentar o cotidiano corrido. No entanto a administração de tempo é fundamental para quem deseja concretizar um projeto ou tem metas e planos até alcançar determinada idade. Nós homens e mulheres cosmopolitas, que vivemos perambulando cada hora em um lugar, com mil afazeres na mão, necessitamos desta organização. Dominamos o mundo a milhares de anos, e vencemos a cada dia uma batalha diferente, é inadmissível deixarmo-nos sermos vencidos pela má distribuição de tempo. 
Um dia alguém nem tão famoso assim, de quem eu provavelmente nunca vou recordar o nome disse: O sucesso é 80% transpiração e 20% inspiração. Eu retifico dizendo que o sucesso é 80% administração de tempo e 20% de talento. É a quantidade de tempo que você designa para tal tarefa que te dirá, se será ela ou não que te levará ao sucesso. Nos dias hoje, o que diferencia o grande empreendedor do empresário falido é a sua administração de tempo, e o grau de relevância que seu projeto tem para a sua vida. No mundo dos adultos, o mundo do concreto, na selva de pedra não a margem para devaneios. Você tem que ser um kit de talento, perseverança e competência; Não basta querer, tem que querer além de tudo.
Mesmo assim você não está imune ao fracasso, você apenas está um passo a frente de até aonde a maioria chega. E se mesmo tendo o diferencial você em algum momento da vida cair, levante-se. E lembre-se que praguejar contra a vida, ou soltar frases do tipo: "Eu nunca vou chegar lá", realmente não te farão chegar a lugar algum. Repense seus passos, mude de tática, sucesso também imputa em conhecimento, lógica e estratégia. Faça o que ninguém nunca fez, ou faça algo que já foi feito de um jeito inovador. Tenha sempre contigo que não existe uma fórmula para o sucesso, e que as pessoas que chegaram lá, em sua grande maioria chegaram por trilhar este mesmo caminho árduo. O começo do caminho é sempre o mais difícil, acho que quebrar barreiras e cortar os vínculos da comodidade  é um desafio que deve ser superado dia a dia. É inevitável que a dificuldade se faz presente em cada meta que estipulamos, penso que quanto maior o sonho, maior a dificuldade.
No entanto maior ainda é a força de vontade de quem está determinado a conseguir o que quer, mesmo que isso implique em percorrer os caminhos mais tremo-los e nos levar aos extremos limites da resistência. Um dia calejado pelos tombos da vida, depois de percorrer um longo trajeto você percebe que chegou. Em algum momento da vida você se tornou forte, por seguir todos os passos de quem chegou lá, mas principalmente, por que você começou a trilhar sua própria estrada. E todo aquele esforço fará sentido seja pelas noites sem dormir, pelos dias em que trabalhou até mais tarde, ou por qualquer outra ocasião em que você escolheu o seu sonho a outro prazer mundano  .E aí um dia você vai olhar para trás, e ver que aquele seu sonho distante de infância não está mais assim tão distante, e percebe que que aquela grande metrópole em que você sempre sonhou em morar, já não é mais tão grande, e melhor ainda, percebe que esta mesma grande cidade, cheia de surpresas e talentos, cheia de sucessos e fracassos, agora tem um espaço vago, e que este espaço pertence a você!