sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Desneurando: Os bilionários e a fome do mundo.

De acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, o mexicano Carlos Slim, dono de negócios no ramo de telecomunicações em 18 países, com uma fortuna avaliada em US$ 78,4 bilhões, é o maior bilionário do planeta. 




Depois dele, vem o cofundador da Microsoft, o norte-americano Bill Gates, com fortuna de US$ 65,8 bilhões, seguido pelo espanhol Amancio Ortega, fundador do grupo têxtil Inditex, dono da marca Zara, com US$ 58,6 bilhões. A soma dessas três maiores fortunas atinge US$ 202,8 bilhões.

Pelo lado dos brasileiros, os quatro maiores bilionários são: Jorge Paulo Lemann, investidor controlador da Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo, com fortuna avaliada em US$ 19,6 bilhões. Em segundo lugar vem o banqueiro Joseph Safra, com patrimônio de US$ 12 bilhões. O terceiro e quarto lugares, respectivamente, ficam com Dirce Camargo, herdeira do grupo Camargo Correa, com fortuna estimada em US$ 14,1 bilhões e, com o empresário Eike Batista, com fortuna avaliada em US$ 11,4 bilhões. A soma das fortunas desses quatro maiores bilionários brasileiros atinge a cifra de US$ 57,1 bilhões. Já a fortuna somada desses sete "imperadores do dinheiro” chega a US$ 259,9 bilhões.

De um lado, rios de dinheiro; do outro, um oceano de tristeza e miséria evidenciada pela fome e subnutrição que atinge, segundo dados da FAO (Fundo para a Agricultura e Alimentação), 1 bilhão de pessoas no mundo. Os que todos os dias tem estômagos vazios e bocas esfaimadas são 14% da população mundial, um entre seis habitantes.

Com US$ 44 bilhões (17% da fortuna dos 7 bilionários citados) resolveria o problema desse 1 bilhão de famintos espalhados pelo mundo. O drama da fome é tão intenso que dizima uma criança com menos de cinco anos de idade a cada minuto. Isso mesmo: uma criança menor de 5 anos morre a cada 60 segundos vítima da falta de alimentos em seus estômagos. Isso porque estamos num mundo em que a produção de grãos (arroz, feijão, soja, milho e trigo) seria suficiente para alimentar mais de 10 bilhões de pessoas.

Somente o Brasil, terceiro maior produtor de alimentos do mundo, atrás apenas dos EUA e da China, verá sua safra de grãos aumentar em mais de 20% na próxima década. No entanto, essa ignomínia chamada fome vai derrubando corpos inocentes ao chão também em nosso pedaço de terra. A situação aqui não é muito diferente da mundial. Em meio às controvérsias em torno do real número de famintos (50 milhões para a FGV, 34 milhões para o IBGE e 14 milhões de pessoas para o governo federal) a fome oculta (caracterizada pela falta de vitaminas e minerais que afeta o crescimento físico e cognitivo, bem como todo o sistema imunológico) atinge 40% das crianças brasileiras. No mapa mundial da subnutrição, estamos na 27ª posição, com 9% da população.

Em pleno século 21, num mundo em que a tecnologia desenvolve técnicas apuradíssimas para clonar tudo o que bem entender, a fome mata atualmente mais pessoas do que a Aids, a malária e a tuberculose juntas. Numa época em que o dinheiro corre solto pelos cassinos e praças financeiras em busca de lucro e especulação, a Syngenta, multinacional suíça da área agrícola, investe todos os anos a importância de US$ 1 bilhão em pesquisas agrícolas, mas fecha as mãos para a ajuda internacional aos famintos.

Nunca é demasiado lembrar que habitamos um mundo em que o custo diário para alimentar uma criança com todas as vitaminas e os nutrientes necessários custa apenas 25 centavos de dólar. Contudo, em decorrência da desnutrição crônica, cerca de 500 milhões de crianças correm risco de sequelas permanentes no organismo nos próximos 15 anos. De acordo com a ONG (Salvem as Crianças), a morte de 2 milhões de crianças por ano poderia ser prevenida se a desnutrição fosse combatida.

Mas, poucas são as mãos levantadas em prol dos famintos do mundo. A preocupação dos "Imperadores do Mundo” é outra. Refresquemos a memória em relação a isso: em apenas uma semana os líderes das maiores potências do planeta "fizeram” surgir 2,2 trilhões de dólares (US$ 700 bilhões nos Estados Unidos e mais US$ 1,5 trilhão na Europa) para salvar instituições bancárias no auge da crise econômica que se abateu (e ainda vem se abatendo) sobre as mais importantes economias mundiais desde 2008.

Se a preocupação fosse salvar vidas de desnutridos, incluindo a vida de 900 mil crianças no mundo (30% delas residentes em Burundi, Congo, Eritréia, Comores, Suazilândia e Costa do Marfim), esses mesmos "imperadores” tirariam dos bolsos a importância de US$ 25 milhões por ano, que é o custo estimado para salvaguardar com nutrientes esse contingente de crianças até 2015.



Marcus Eduardo de Oliveira é economista, professor e especialista em Política Internacional pela Universidad de La Habana - Cuba

Texto extraído do site: http://www.vermelho.org.br/

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Na faculdade: Volta as aulas!!!














Quem me segue nas redes sociais ou acompanha o blog já a algum tempo, sabe que eu estou no segundo ano de direito e gosto sempre de fazer alguma postagem contando sobre alguma informação que eu achei bacana ou um artigo que escrevi sobre algum tema interessante. A postagem de hoje é sobre o que a faculdade de Direito representa na minha vida em particular, e como eu faço pra levar este cotidiano corrido sem cair na monotonia.

O curso de Direito ao meu ponto é um dos cursos mais fechados e conservadores ainda nos dias de hoje. Principalmente se você é mulher, recém saída do ensino médio e louca por fofurisses.Uma das maneiras que eu encontrei para driblar as adversidades como a subestimação de pessoas mais velhas, principalmente homens já formados e tudo mais, foi sempre mostrar que mesmo nova eu tinha propriedade sobre o que estava falando. Sempre ter humildade para admitir a inexperiência em determinada área ou pedir uma explicação, conselho ou dica é sempre uma boa pedida. Eu acho que quando você toma essa postura de compartilhar as informações e as ideias você automaticamente desarma a outra pessoa, permitindo que vocês estabeleçam este tipo de diálogo mais aberto. 

Outra coisa bacana é sempre ter a sua forma de levar a faculdade. Durante os três primeiros meses eu tentei me adequar ao padrão jurídico, carregando para lá e para cá livros com quinhentas folhas, tentando aderir uma linguagem mais rebuscada, e tudo mais, e honestamente, sabe o que isso me causou? Uma decepção enorme! A verdade, é que não importa a maneira como você vai, a maneira como você guarda suas apostilhas, nem quais são os seus métodos de estudos. O importante mesmo, é ser bom e ser apaixonado por aquilo que você realmente gosta de fazer. 

Dentro da faculdade de Direito eu aprendi a ter disciplina, respeito, pontualidade, dedicação para estudar, e compreendi que as vezes é muito melhor ouvir do que falar, pois se tratando do direito muitas poucas verdades são absolutas e todo o resto é muito subjetivo a opinião de cada um. Eu ainda tenho muito o que aprender, e com certeza ao longo desse trajeto também sei que vou compartilhar muito das minhas opiniões, bem como ter um novo ponto de vista sobre determinados assuntos. Mas estes são riscos que eu estou ansiosa para correr!  Com o começo do ano letivo se aproximando desejo a todos que assim como eu, estão em busca de uma formação completa e a tão esperada carteira do advogado, um maravilhoso ano letivo, e que muitas oportunidades surjam todos os dias. E que tenhamos a chance de nos encontrarmos nos tribunais daqui há alguns anos!

A força do direito deve superar o direito da força.
Rui Barbosa