quinta-feira, 29 de março de 2012

Espaço Literário.

                                                           Ética  a Nicômaco


Durante a aula de Filosofia meu professor abordou a obra mais famosa de Aristóteles, "Ética a Nicômaco", o exercício se baseava em desmembrar os 10 capítulos da obra e responder questões referentes ao entendimento da mesma. De início, eu, como comum estudante de direito peguei o marca texto em mãos e quando estava pronta pra começar a responder as questões naquele estilo mais simples do "usar um trecho para justificar a resposta", me deparei com a seguinte frase "Ética pode ser definida como a ciência da conduta", então eu fiquei pensando, estaria certo que com um material elaborado para falar sobre ética, virtudes dianoéticas e outros valores eu apenas desse o tal do ctrl c, ctrl v? Não deveria a Aristóteles por sua obra majestosa o mínimo de bom senso para abrir as primeiras páginas daquele livro? Sim, deveria. No começo do segundo período da aula, meu professor fez breves comentários sobre o título da obra, confesso que não lhe dei a merecida atenção, pois as palavras de Aristóteles a respeito das virtudes de ações involuntárias naquele momento já tomava toda minha concentração, mas não pude ignorar quando o ouvi dizer que o nome Ética a Nicômaco se referia apenas ao fato de que foi seu filho (Nicômaco) que escreveu a obra... Me senti realmente desapontada e por um instante não conseguia mais me prender a leitura. Será que Aristóteles em toda sua sapiência era tão egoísta a ponto de mostrar ao mundo o valor das virtudes e de nossas atitudes, e deixar ao seu filho apenas o direito de fazer parte do conjunto de palavras que encabeçavam a escrita? E foi ai que eu percebi, Aristóteles não queria ensinar ao mundo sobre questões virtuosas e códigos de conduta. Ele queria dedicar a seu filho Nicômaco todos os seus conhecimentos divididos não em 10 capítulos, mas sim, nas etapas da vida, e nos atalhos alheios estreitos que a vida poderia oferecer a Nicômaco.
A obra vai muito mais além de um desmembramento da política, ética e filosofia.

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