quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Desneurando

Síndrome de companhia


Mais uma vez acordo atrasada, com pressa demais para vestir a mascara de glamour. Corro pelas ruas, e ufa... alcanço o ônibus. Todos os dias ao entrar no ônibus eu me sinto como uma daquelas crianças americanas, que sofrem bullyng ao ir para a escola. Enquanto caminho da roleta ao fim da condução, eu reparo nos rostos de cada individuo, noto cada conversa, cada olhar. Eles me parecem tão iguais, com as suas manias de diferenças. Sentada no canto, contraindo a bolsa em cima da barriga, com olhar longe e decepcionado, escondido através das lentes de sol, eu juro que vejo, algo que ninguém vê. 
Fico me perguntando se é assim que vivemos, se é assim que devemos viver. Como animais de circo, educados a seguir nada mais nada a menos do que o conteúdo programático previsto no roteiro. Eu queria não sentir toda essa pressão para encontrar alguém; Alguém com quem dividir, alguém para somar. Talvez eu tenha encontrado, talvez este alguém seja eu. Eu que me surpreendo, que me revelo, que me vanglorio, porque no fim das contas, eu vou sempre ser minha melhor amiga. Se errar? sou digna do perdão. Se acertar? incrivelmente extraordinário. O único problema de se completar sozinho, é que você não vai encher teu ego. Pode ser até mesmo essa a função de amar. A necessidade de ter alguém dependente, o sentimento de ser para alguém, o ar e o chão. 
Hoje eu posso dizer que amo; Amo cada pessoa e todas as suas partículas singulares, amo o que cada uma delas acrescenta em minha vida. Mas principalmente, amo a mim, em primeiro lugar. E aprendi a me completar, me fazer feliz. Um pouco de amor próprio não faz mal a ninguém.. Precisamos investir mais em nós, em nossos sonhos, em nossos deveres e obrigações, em completar aquela lista de tarefas jogada a séculos no funda da gaveta. Eu quero ser interessante, quero ser pra mim, fundamental. Quero ser o meu exemplo, quero ser eu mesma, a pessoa em que me espelharia. Chega de procurar alguém pra completar, eu quero alguém em quem valha a pena investir, e este alguém... Sou eu.

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